Pássaros passaradas
Voam na plenitude
Do espaço perdido
A vastidão onde o vento
Sopra o passado resumido
Em águas passadas pelo rio
Saudoso de minha mente perdida
Passou, passou o vento
E, levou para longe
Onde não mais a vejo.
Roberto Castro Del’ Secchi
Acabou...
Assisti alçar o vôo das últimas garças
Acabou a alegria no lago
As águas voltam a calma...
Era lindo o seu bailar
O bicar e esgarçar as penas
O branco refletido, a beleza...
A mesmice só interrompida pelo vento
O crepitar das ondas marulhentas
As margens sempre serenas...
No lago a distância azulada
Nos morros a paisagem inerte
Em minha alma, a saudade de sempre.
Assisti alçar o vôo das últimas garças
Acabou a alegria no lago
As águas voltam a calma...
Era lindo o seu bailar
O bicar e esgarçar as penas
O branco refletido, a beleza...
A mesmice só interrompida pelo vento
O crepitar das ondas marulhentas
As margens sempre serenas...
No lago a distância azulada
Nos morros a paisagem inerte
Em minha alma, a saudade de sempre.
Roberto de
Castro Del’Secchi
A Vida e a Sorte
Trago em mim os pesadelos
De vagar na vida...
De viver só.
O alento que tinha, eras tu!
O vento forte, a levou para a morte.
Deixou-me triste, soluçando dor.
Que vale agora, relembrar o tempo?
Se já não a tenho mais comigo.
Seguirei escrevendo sobre a
Saudade que você deixou.
Amargurando a vida,
Amaldiçoando a sorte!
Roberto Castro Del´Secchi
Recordando
Quando em minha mente
Vem a lembrança de Arraial do Cabo
Vem a visão dos rochedos, das ondas
Do mar bravio batendo.
Das gaivotas, do barco
Ao longe que desaparece
Na linha do horizonte.
Das grutas marinhas, das águas brancas
E espumosas.
Dos casarios ao entardecer,
Do sol ao deitar nas brumas,
Do dia e do tempo que se foi
Quando ali conheci, Lídia
Meu primeiro e único amor...
Roberto Castro Del'Secchi,
Três horas da madrugada
Esta é à hora da neblina e do encanto
Quando a lua sorrateira
Com o seu facho ilumina os montes,
O fresco orvalho nas flores se faz presente
E o corvo voa silencioso
O opaco veste o ambiente,
É hora de meditação.
Que relembro meus tempos idos
Não escuto, na noite sequer um gemido.
Eis me só, enclausurado em mim,
Mesmo não querendo, me sinto perdido...
Contudo, a vejo no meu aguçado,
Sentido...
SONHANDO E BAILANDO
Salão vasto
Decorado com lustre de cristal
Musica tocando
Eu e você dançando
A noite como vapor exalando
Eu e você no frenesi
De um amor doidivano
Não vemos o tempo passar
Rodopiando nossos pés
Quase entrelaçando
Giramos igual a terra
Em torno do sol
Numa delicia profana
Só assim vale a vida
Vivendo, bailando
E sempre amando e sonhando
Roberto C. Del’Secchi
Você sorria, minha mente padecia.
Sua lembrança solapava-me
A cada instante que a via...
Sôfrega à minha frente caminhava
Com o receio de que a chamasse
Sem saber ao certo o
que
Ao encontrá-la, eu faria...
Roberto Castro Del'Secchi
Conto Contigo
Conto contigo para estar comigo,
Venha depressa enquanto eu existo,
Venha para mim toda sem castigo...
Conto contigo, para trazer-me abrigo
Aquecer meu coração que anda vazio,
Perdido neste mundo que ficou tão frio...
Conto contigo, no meu derradeiro exílio,
Que fui desterrado para morrer de saudades,
Só para sentir como seria feliz contigo...
Roberto de Castro Del’Secchi
Poeta e Antologista
Homenagem Póstuma ao Poeta Francisco Igreja
Morre o poeta
O sonho dorme
Falácia esmaece
Diante o surdo silêncio
A vida esvai
No último cântico
A dor fica no peito amante
Saudade esta sim eterna
Acompanhará para sempre
Como faço neste meu lamento
Em sua homenagem ergo a taça
Comungando contigo
Em sua glória
Um dia no infinito o encontrarei
Direi pessoalmente
Quanto foi lindo sua vitória
Roberto de Castro Del’Secchi
Extermínio
Mãos assassinas,
enluvadas de negro,
A serviço da
morte!
Violam todos
os direitos humanos e religiosos.
Desconhecem de
Deus o 5º mandamento;
Não matarás!
Como de um
animal tiram todos os filhos,
aos poucos ou
todos de uma só vez.
Na agonia a
mãe nada pode fazer,
atônita imóvel
fica.
Como Maria,
com o filho ao descer da cruz
deita no colo
insepulto, repousando
no ventre, o
mesmo que formou e deu-lhe luz.
A noite longa
parece não passar...
Na sombra do
anonimato, assassinos covardes,
Cumpliciados
com desgovernos, aliados à impunidade.
Pior que seja
o erro, o castigo a vingança...
a vida só a
Deus cabe dar e tirar!
Nada adianta,
não tem retorno
àqueles que
foram sacrificados.
E assim por
diante outros lares,
Serão
invadidos, outros seres serão arrancados, Abatidos, torturados e nas valas
pútridas serão encontrados.
Com os olhos
comidos, arregalados
ao céu,
exclamando: Existe Deus?
Por que, tanta
crueldade?
Novos parentes
irão chorar por eles.
Que bandeira
vai servir de mortalha?
Que terra
essa, serão sepultados?
Onde estão os
políticos, os direitos humanos,
os
intelectuais, os arautos da justiça?
Poetas
brasileiros chorem, cantem nos seus cânticos sentidos, digam não a tanta
desumanidade!!!
Roberto de Castro Del’Secchi
Não
Me Deixes
De pé paro no vento
Com as mãos apoiando meu rosto,
Nessa posição entro em transe.
E na memória mergulho no tempo
Que passou e nada me deixou.
Princesa dos meus sonhos dourados,
Como num passe,
Numa valsa vienense.
Num redemoinho desesperado.
Abraça-me, aperta-te contra mim,
Volta uma vez mais,
Deixa eu te amar,
Sem desperdícios, e com tantos
beijos
acordar neste paraíso.
Não me deixes partir
O tempo é ladrão, mau
Não deixe a neve,
Embranquecer os meus cabelos.
Quero viver para sempre
Nesse sonho que me prendeu na
mocidade,
Lembrando-me de ti.
Não me deixes, amor...
Roberto de Castro Del’Secchi
Pensando Em Ti
Só escrevo mentiras, só falo o que
sinto
Talvez o que sinto, seja tudo
mentira,
Mas só é verdade,
Tudo que eu penso...
Só penso em ti, quando estou
distante,
Só falo em ti, quando estou ausente,
Assim passo meus dias, só com você,
-No meu pensamento...
Vivendo assim, já não é mais viver,
A vida a mim parece, um terrível
tormento.
Porque, o que mais quero, é estar
perto de ti.
-Neste exato momento...
Te fixo assim, como eu te vi,
No ultimo momento em que de ti, me
despedi,
Com o olhar tão triste,
-Olhando para mim...
Agora, não sei onde andas,
Se vagas perdida, pensando em mim,
Ou se vives como eu, triste,
-Pensando em ti...
Roberto de Castro Del’Secchi
Poeta (Vassouras/RJ)
Processos
Se a história pudesse falar
A história real dos fatos
Muitos teriam que chorar
E nós ficaríamos estupefatos.
Se a história verdadeira
Nós pudéssemos torná-la palpável
Iria aparecer muita sujeira
E a muitos seria desagradável.
Por isso nem sempre os fatos reais
Por alguém é dito com prazer,
Pois existem seres, feras bestiais,
Dispostos a qualquer um, matar ou morrer...
Agosto de 1996
Roberto de Castro Del’Secchi
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